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Um mês para elas

No nosso último artigo para o blog falamos sobre o dia 11 de fevereiro, dia que é marcado como o “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”, idealizado pela ONU e aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015 em prol do acesso e da participação feminina plena e igualitária na ciência, da igualdade de gênero e do seu empoderamento. Nessa ocasião debatemos sobre a importância de se ter um dia específico como campanha para trazer maior conscientização e promover maior participação das mulheres e meninas nas profissões das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, conhecidas como STEM.

Um dia para mulheres e meninas na ciência; por quê?

Estamos, agora, no mês das mulheres e o debate deve ser amplificado para tratar não só da maior representatividade do gênero nos diversos setores da economia, como também sobre como a mulher ainda é tratada em casa, no ambiente de trabalho, na rua, na sociedade…

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Gif da Libby VanderPloeg. Fonte: Giphy.

Uma campanha especialmente desenvolvida para se debater as discriminações e violências moral, física e sexual ainda sofrida pelas mulheres é necessária e principiou-se de diversas lutas e protestos femininos na Europa e Estados Unidos contra condições precárias de trabalho e trabalho infantil desde o final do século 19. Mas, o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres só foi assinado pela ONU em 1945 e, em 1977, o dia “08 de março” foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.

Apesar de termos informações de que o percentual de mulheres em cargos de liderança de 2012 a 2020 dobrou (de 10% a 20%), o que já representa um bom avanço, a representatividade feminina ainda é baixa. Aliás, você conhece as mulheres mais poderosas do mundo? Veja a lista abaixo da Consumidor Moderno.

Política: Jacinda Ardern

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Jacinda Kate Laurell Ardern é uma política da Nova Zelândia, atualmente primeira-ministra de seu país. Fonte: Giphy.

Ela ficou conhecida nas redes sociais em 2020 e se popularizou mundo afora após comandar uma bem-sucedida gestão de controle ao contágio do novo coronavírus na Nova Zelândia, país no qual é primeira-ministra. Aos 38 anos, é a líder feminina mais jovem do mundo e a primeira a comandar seu país em 150 anos. Está em seu segundo mandato e a promessa é sempre fazer um governo que seja empático aos seus cidadãos e com ações concretas ligadas ao enfrentamento das mudanças climáticas e à pobreza infantil.

Com a Nova Zelândia praticamente livre da Covid-19, Jacinta viu uma retomada econômica forte e o lugar foi palco até mesmo de grandes eventos e aglomerações “Covid free” no fim do ano passado, reunindo até 10 mil pessoas.

Finanças: Jane Fraser

Jane Fraser falando sobre sua trajetória. Canal da Americas Society/Council of the Americas.

A executiva norte-americana que trabalha há anos no Citigroup, maior empresa de recursos financeiros do mundo, foi nomeada para ser a sucessora do CEO Michael Corbat e deve assumir oficialmente o posto em fevereiro de 2021. Como a própria “Forbes” faz questão de mencionar, ela é a primeira mulher CEO de um grande banco de Wall Street na História. Já não era sem tempo.

Aos 54 anos, ela tem em sua trajetória a presidência do Citigroup e a liderança de vários grupos de estratégia corporativa, fusões e aquisições dentro da empresa, ações que fez especialmente durante a crise financeira de 2008-2009 nos Estados Unidos. Ela trabalha no grupo Citi desde 2004 e deve se tornar referência mundial no setor de finanças este ano.

Tecnologia: Julie Sweet

Julia Sweet Diretora Executiva da Accenture. Canal: Money20/20.tv

Quando o assunto é o universo tech, não se pode mais deixar de mencionar o nome dessa norte-americana de 56 anos.

Ela se tornou CEO de serviços globais da Accenture, maior empresa de consultoria tecnológica do mundo, em setembro de 2019. De lá para cá, vem implementando uma forte cultura de diversidade dentro da empresa, e está sendo reconhecida por isso. Para a “Forbes”, ela defendeu seu ponto de vista: “Uma cultura de igualdade ajuda a todos. Não é um jogo de soma zero”, disse.

Entretenimento: Ava DuVernay

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Ava DuVernay no evento da The Film Independent Spirit Awards. Fonte: Giphy

A cineasta negra mais atuante da indústria norte-americana dos últimos anos coleciona uma série de sucessos de público e crítica. Também não se furta a tratar do tema mais premente na sociedade estadunidense no momento: a questão racial. Duas de suas obras mais famosas são a minissérie “Olhos Que Condenam” e o documentário “13 Emenda”, ambos exibidos pela Netflix.

A primeira produção narra a história real de cinco jovens negros julgados e presos injustamente por um crime ocorrido em Nova York, em 1989 – e listou entre as mais assistidas do streaming. Já o segundo trata do encarceramento em massa da população negra nos EUA, bem como da violência policial contra essa parcela da sociedade, e foi muito mencionado durante os meses de protesto do Black Lives Matter, em 2020.

A californiana é também  primeira mulher negra a ser indicada pela Academia como diretora em uma categoria de longa-metragem, e  a primeira mulher negra a dirigir um filme de 100 milhões de dólares de bilheteria, a adaptação de fantasia da Disney “Uma Viagem No Tempo”, de 2018. Nesse mesmo ano, Ava fez outra ação inédita. Assinou um contrato com os estúdios Warner Brothers no valor de 100 milhões de dólares para produzir seus próximos filmes e séries. Está entre as mulheres negras mais poderosas de sua área de atuação no momento.


Não obstante já estarem mais bem preparadas e com titulações necessárias – no Brasil, as mulheres estudam mais – a jornada feminina no meio corporativo ainda é muito difícil para incluir as mulheres em cargos mais altos, destinados majoritariamente a homens.

Em pesquisa realizada pela Kantar – avaliação realizada em 18 países com objetivo de incentivar práticas de inclusão, além de reconhecer as corporações que promovem a equidade de gênero no quadro de colaboradores – o Índice de Diversidade de Gênero (IDG) identificou que apenas 10% das 668 maiores empresas da Europa, com ações em Bolsa, têm em suas lideranças mulheres e homens de forma equilibrada.

Aqui no Brasil, um levantamento feito pela Teva Índices e divulgado em parceria com a Easynvest, lista as dez empresas com ações em bolsa com maior participação feminina nos conselhos: Magalu (43%), Santander (33%), TIM (30%), Telefônica, Natura e Renner (com 25% cada), Engie (22%), Suzano (20%), B3 (18%) e Vale (15%).

Mas, embora tenha havido esses (pequenos) avanços na representatividade feminina no mercado de trabalho e em cargos de liderança e empreendedorismo, a discussão que a ONU MULHERES traz é especialmente sobre o momento atual que o mundo está vivenciando, onde de um lado sofre-se com a pandemia do SARS-COv-2 e, de outro, a pandemia da invisibilidade crescente: a da violência doméstica contra as mulheres por todo o mundo…

Phumzile Mlambo-Ngcuka é uma política sul-africana. De 2005 a 2008 esteve à frente da vice-presidência da África do Sul. Atualmente serve como subsecretária-geral das Nações Unidas e é diretora executiva da ONU Mulheres

Em declaração, Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU MULHERES e vice-secretária geral das Nações Unidas, expõe que “o aumento da violência contra as mulheres deve ser tratado com urgência com medidas incorporadas nos pacotes de apoio econômico e estímulo que atendam à gravidade (…)

Enfatiza, ainda, que “abrigos e linhas de ajuda para mulheres dever ser considerados um serviço essencial para todos os países, com financiamento específico e amplos esforços para aumentar a conscientização sobre sua disponibilidade.

E finaliza afirmando que a violência que emergiu “como uma característica sombria dessa pandemia é um espelho e um desafio aos nossos valores, nossa resiliência e humanidade compartilhada. Devemos não apenas sobreviver ao coronavírus, mas emergir renovadas, com as mulheres como uma força poderosa no centro da recuperação.

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Gif da @IntoAction.

Para finalizar, eu gostaria que parássemos para pensar não só acerca da violência a que se referiu a diretora executiva da ONU MULHERES (Phumzile Mlambo-Ngcuka), mas em tantas outras violações e situações vivenciadas e experimentadas por nós no nosso cotidiano… Como mulheres, queremos vestir a roupa que escolhermos e usar salto alto quando quisermos, queremos praticar corrida na rua sozinhas sem sermos assediadas, queremos escolher nossas profissões e ganhar o mesmo salário do homem que atue em idêntica atividade, queremos dividir igualmente as tarefas de casa e com os filhos, queremos ir para a Lua, para Marte, queremos ir trabalhar para uma grande empresa multinacional, ou não…

Eu sou advogada há 24 anos e trabalho com meu marido desde sempre. Dele tenho respeito como mulher que sou, dividindo comigo todas as nossas atividades profissionais, domésticas e com nosso filho. Considero sermos bem sucedidos em nossa vida como casal e na nossa área de atuação. Não me lembro de ter sentido dele qualquer discriminação por eu ser mulher, nem mesmo perante um cliente. Mas senti com meu avô… Em um bate-papo sobre profissões em sua casa, meu avô afirmou que eu “tive sorte” porque casei com um homem que vinha de “uma boa família”… Para ele, todo o meu esforço, tudo o que estudei, não serviram de nada… Apenas tive sorte…

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Fonte: Giphy.

É esse tipo de pensamento (crença de que mulher é menos) que precisamos fazer desaparecer em nossas casas, em rodas de conversa, em nosso ambiente de trabalho, em nossa sociedade… Somente com a diversidade e igualdade entre gêneros é que teremos um bom dia para o amanhã…

Bem, é isso…

Bisous, Sil.

Leituras realizadas:

https://novaescola.org.br/conteudo/301/por-que-8-de-marco-e-o-dia-internacional-da-mulher

Bonjour Paris

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