Na minha época de criança todo domingo era sagrado: pela manhã bolo Pullman de laranja na mesa, no almoço maionese de travessa, macarrão bolonhesa e uma garrafa de Coca-Cola. Refrigerante era uma regalia de final de semana, já hoje a rotina alimentar em casa mudou um pouco. O refrigerante deixou de ser restrito ao final de semana e passou a integrar ao menos duas refeições em dias comuns mesmo. Na visão dos meus pais isso é uma conquista que eles alcançaram: de poder consumir.
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E é verdade, a ampla concorrência de marcas fez com que esta bebida gasosa e os bolinhos prontos se tornassem mais acessíveis ao bolso brasileiro. O que foi “caçulinha” hoje é vendido em fardos tamanho família. E aí é que está o problema: não é se você come isso ou aquilo, mas sim a quantidade. E aqui devo já dizer o quanto este texto foi influenciado pela Paola do @institutoserrapilheira. Abaixo tem o vídeo na integra que ela produziu maravilhosamente sobre o assunto. LINK DO VÍDEO.
Ela demonstra como a alimentação feita com base em alimentos hipercalóricos e com baixo índice de nutrientes é fruto dos anos 50 americanos. Bolo de caixinha, cereal matinal. Afinal é fácil de usar e são atraentes ao paladar. O que faz essa alimentação ser assim? Segundo a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica):
“Alimentos ultraprocessados são produzidos com a adição extravagante de sal, açúcar, óleos, gorduras, proteínas de soja, do leite, extratos de carne, além de substâncias sintetizadas em laboratório a partir de alimentos e de outras fontes orgânicas como petróleo e carvão. Assim, esses alimentos têm prazo de validade maior, alteração de cor, sabor, aroma e textura. Alguns exemplos que estão presentes na gôndola do mercado são: biscoitos recheados, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes e macarrão “instantâneo”.”.
Mas então, nos dias atuais, temos repensado nosso consumo, tornando-o mais consciente. Desde a moda até o que ingerimos, este questionamento tão intrínseco à geração Z também se reflete nas demais gerações. Vem então a opção por alimentos naturais e, aqui, posso citar alguns como salmão, limão siciliano, chia, quinoa, laranja vermelha, cranberry. Alimentos que viajaram longas distâncias até chegar ao Brasil. Porém para comer bem assim nós, tupiniquins, não precisamos desses produtos, já que aqui temos uma produção expressiva de alimentos equivalentes nutricionalmente.
Uma publicação feita em 2014 pelo Ministério da Saúde (Guia Alimentar para a População Brasileira), mostra o quão rica é a alimentação brasileira, baseada pela ciência. Este guia alimentar serve para orientar as escolhas alimentares saudáveis pela população, com exemplos regionais e práticos. E recebeu elogios da ONU e Ministério da Saúde no Canadá.
O Guia reúne informações sobre O QUE é a alimentação. E a divide em três grupos: in natura, processados e ultra processados.
A partir da reflexão acima sobre consumo, compartilho com vocês uma receita que pude realizar com ingredientes que tenho disponíveis in natura.
Via Giphy.
É uma torta de maçã, estilo aquela que o Pato Donald faz.
Vamos começar? Faça disso uma diversão.
Aqui fiz poucos registros mas o que você deve saber é: o vídeo abaixo é a melhor receita de Pâte Sablée que já reproduzi. Para esta tortinha usamos açúcar, e uma receita basta para uma forma de 20 cm.
MASSA
Ingredientes:
200 g de farinha de trigo;
100 g de manteiga gelada;
4 colheres de açúcar;
1 ovo batido.
Misture a farinha + manteiga e o açúcar, até ficar parecido com uma areia molhada. Acrescente o ovo batido e incorpore na massa, não precisa sovar, apenar unir uniformemente os ingredientes. Enrole em um tecido encerado ou saquinho plástico e leve para a geladeira por 30 minutos.
RECHEIO
350 g da maçãs, lavadas e cortadas fininhas;
Meia xícara de açúcar mascavo;
Uma pitada de canela;
Uma pitada de pimenta do reino;
Um pitada de noz moscada.
Suco de 1 limão.
Misture todos os ingredientes e reserve.
MODO DE PREPARO DA MASSA: ASSAR
Aqueça seu forno 180 graus.
Aqui temos que pré-assar a massa. Então pegue 2/3 da massa e abra com o auxilio de um rolo. Até ter o tamanho da sua forma + borda;
Retire as aparas e reúna a massa que sobrou, guarde ela na geladeira para usarmos depois;
Para que a massa base não infle ao assar: fure o fundo com um garfo, coloque papel manteiga em cima e adicione feijões. Os feijões aqui irão pressionar a massa para baixo com seu peso, mas fique tranquilo pois você pode utilizar eles depois sem qualquer dano.
Depois retire o papel manteiga com os feijões e deixe assar por mais 10 minutos, ou até as bordas começaram a dourar.
Retire a massa do forno.
Adicione o recheio de maçãs.
Dica: coloque um pouco de farinha de rosca junto ao recheio, ela irá ajudar a reter os líquidos da fruta. Se você não tiver, fique tranquilo: vai dar certo também.
E pronto para assar novamente.
Volte ao forno por aproximadamente 30 min, ou até ficar dourado no topo. Lembre-se que a base já está pré-assada, então cuidado para não queimar.
Espero ter influenciado você em fazer uma receita e em rever como consumimos.
